Ciclo integrante da série Temas de Cinema, é inspirado nas "chanchadas", filmes no estilo burlesco produzidos pela Atlântida Cinematográfica. Principalmente aqueles vinculados ao carnaval, e que apresentavam uma sequência de marchinhas e sambas carnavalescos entremeados por algumas cenas da comédia. Uma espécie de suíte separada por intervalos teatrais.
O tema de cinema explorado nesta peça é o contraponto entre o ambiente descontraído, informal, anárquico, e até exagerado no uso de fantasias durante a festa carnavalesca, e uma certa referência ao estilo galante que transparece nos números musicais dos filmes (chanchadas e afins, com evidente influência dos musicais de Hollywood), notadamente nos trajes e trejeitos das personagens que participam das cenas de exibição musical, principalmente em boates e outros recintos mundanos.
O ciclo SUÍTE CHANCHADA inicia e finaliza com a citação de um trecho de uma marcha-rancho de autoria desconhecida, cujas palavras integram o texto da canção central do ciclo (Pasodoble)
1) Giga
2) Arrasta-pé
3) Pasodoble
4) Pas Menu
5) Ginga
SUÍTE CHANCHADA
1) Giga
As histórias de amor são sempre assim
Colombina, Pierrô e Arlequim
2) Arrasta-pé
arrasta a sandália aí, morena
arrasta a sandália aí, morena
uma rosa é uma rosa / uma rosa é uma rosa
uma rosa é uma rosa / uma reza é uma rosa
uma rosa é uma reza / uma reza é uma reza
uma reza é uma reza / uma reza é uma reza
uma dália é uma dália / uma dália é uma dália
uma dália é uma dália / uma dança é uma dália
uma dália é uma dança / uma dança é uma dança
uma dança é uma dança / uma dança é uma dança
sandália, a morena de passo ameno
no seu passo o contágio
no seu passo / o contágio
do compasso
uma rosa é uma rosa / uma dança é uma dança
uma rosa é uma rosa / uma dança é uma dança
uma reza é uma reza / uma dália é uma dália
uma reza é uma reza / uma dália é uma dália
resedá, o aroma da flor de Momo
em cada flor a essência
em cada flor / a essência
da cadência
3) Pasodoble
Sempre assim são as histórias de amor
Colombina, Arlequim e Pierrô
Sou aquele Arlequim
Que ´tava a fim
E você ficou
Naquele carnaval que ficou
Na história
E as histórias de amor são sempre assim
Colombina, Pierrô e Arlequim
Sou o Pierrô
Que te abraçou
E que te beijou
Naquele carnaval que se foi, passou.
4) Pas Menu
I
Você esnobou o minueto
E bagunçou todo o coreto
E de um dominical sarau
No Municipal
Fez um carnaval
Com escola de samba e o escambau
Você sacaneou o dueto
E sabotou o minueto
E de mil bobos no salão
Fez a multidão
Mas que papelão
Não foi fácil e não foi mole, não
Você estragou o recital (E zoou todo o sarau)
Você zoou do pessoal (que lotou o Municipal)
E de mil bobos no salão (e de mil, mil bobos no salão)
Fez a multidão (fez a multidão)
Mas que papelão (mas que papelão)
Não foi mole, não (e então)
Não foi mole, não (e então)
Você estragou todo o recital
Zoou do pessoal
E não, não, não foi mole, não
Não foi fácil e não foi mole, não
E não, não, não foi mole, não
II
Você errou o samba-enredo
E nem tentou um arremedo
Você trocou todo o refrão
Foi engano, não
Teve a intenção
Foi de caso pensado, obstrução.
Você roubou o meu segredo
Você zombou do meu enredo
E agora o que faço afinal?
Nada pessoal
Mas se é carnaval
Vou beijar-te e não me leve a mal.
Você sambou na contramão (fez questão, você fez questão)
Você não tem mais jeito, não (quis armar toda a confusão)
E agora o que faço afinal? (e eu vou, vou fazer afinal)
Nada pessoal (nada pessoal)
Hoje é carnaval
Não me leve a mal (ilegal)
Não me leve a mal (e legal)
Você sambou, foi na contramão
Não tem mais jeito, não
E então o que faço afinal?
Vou beijar-te e não me leve a mal
E não, não, não me leve a mal
5) Ginga
Sempre assim são as histórias de amor
Colombina, Arlequim e Pierrô
Um Pierrô apaixonado
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