Quem está ao redor de nós? Quem ao nosso lado está? À destra ou à sinistra? E à frente? E atrás? Por trás? Por detrás?
Quem passa ao redor de nós? Que circula e nos circunda. No arredor de uma rotunda que nos centra.
Que nos cega. E ensurdece. Emudece. E empedrece. E se quem passa ao redor de nós nos atravessa? E adiante segue?
Será viajor? De que plagas vem? Por quais mares vai? Nauta de águas profundas, nauta de nuvens voláteis, nauta de magmas e plasmas?
De onde nos chega? Para onde parte? Somos um apenas, entre os portos de suas rotas, mais um lançamento em algum provável Diário de Bordo?
À NOSSA VOLTA
ABZé, ou ABZeh, ou ainda ABeZeh, nunca se soube bem... É um dos nossos? Ou é tão só um dos nós que nos entrelaçam? Foi tal tipo de especulação que fez começar tudo. A inexperiência das inexcursões pelas realidades perceptuais do universo. Não só foi um processo vagaroso, lento, como também demorou para começar. Afinal, ninguém se dava conta do que havia por detrás daquela frágil criatura que viva sob a ponte, ermitão urbano. Precisou de um acaso para que viesse à tona das águas poluídas do canal.
ABZé
POEMA DOMÉSTICO
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