O termo Exposição é amplamente associado a um tipo de evento que exibe uma seleção de itens, apresentados de modo organizado e geralmente vinculados a um tema, a um autor, uma localidade, uma comunidade, uma época e referências semelhantes.
Exposições são realizadas usualmente em ambientes culturais e educacionais, como galerias de arte, museus, pavilhões, salões, bibliotecas, parques.
O que se pretende então significar pelo termo Inexposição, obviamente derivado daquele?
1. EXTRÍNSECO e INTRÍNSECO
Entre os elementos evocados para gerar um sentido tão associado quanto diferenciado do termo originário está o acréscimo ao mesmo do prefixo IN. Não a substituição do prefixo EX pelo prefixo IN, mas a junção, conjunção, dos dois. Não se busca uma oposição semântica entre o sentido de EXpor e o de IMpor. Não se busca repor o sentido de EXpor, ação de apresentar algo à vista, trazer para fora, colocar a descoberto, com o sentido (IMpor) de infundir, inspirar a partir de algo, que é trazido para dentro, em algumas circunstâncias sugerido e em outras incutido à força.
Em vez de gerar um conflito entre ambos, o termo INEXposição busca sugerir uma percepção dupla, intrínseca e extrínseca, da mostra. Não apenas a mostra como agente midiático, mas também como signo. E o que está no centro dessa mudança perceptiva é o conceito de obra.
Como agente midiático, no caso específico desta proposta, o ambiente da INEXposição é um site, que metaforiza um espaço de exibições cinematográficas e de artes cruzadas com a linguagem do cinema, rotulada como sétima arte, ou a reunição de todas as outras. Esse espaço é o site CINE INÊS (www.cineines.com)
Como obra, é um tipo especial que pode agregar vários elementos de natureza diversa, constantes das categorias de CANTOS CORRENTES: Assentos, Operadores, Extratos, Inextratos, Interlocutores , Universos e Obras. Este último item evidencia que a Inexposição é uma obra que funciona também como mostra, exibindo outras obras.
2. OBRA-MOSTRA
Que se volte então ao conceito de exposição, para trocar a expressão "seleção de itens" por "seleção de obras". Uma exposição de artes plásticas, por exemplo, é tradicionalmente constituída pela apresentação de quadros, esculturas, montagens de objetos e obras plásticas afins. Uma mostra cinematográfica é constituída pela projeção de filmes (obras fílmicas), e uma mostra fotográfica pela apresentação de imagens obtidas mediante captação e registro maquínicos. Um festival de música é constituído pela apresentação de composições. Uma mostra de literatura tem o livro como elemento central, não como mídia, mas como representação de obra literária.
Assim, exposição constitui-se como mídia para apresentação de obras. Ou seja, exposição como elemento extrínseco à obra.
Já a ideia de inexposição é agregar ao conceito de mídia, elemento extrínseco, da palavra exposição o conceito de obra, elemento intrínseco.
O que leva à possibilidade de conceituar a inexposição como uma OBRA-MOSTRA (o que, nem de longe, implica o conceito da expressão de semelhança fonética Obra-mestra)
3. OBRA EM PROGRESSO
Um terceiro detalhe é que a inexposição, no modelo aqui idealizado, não é apenas uma disposição espacial de elementos.
4. OBRA-MOSTRA EM PROGRESSO
INEXposição é um formato cronotopológico de apresentação dos conteúdos de um inextrato (obra compósita) nos paços de Cine Inês.
Cronotopológico porque, cronologicamente, os conteúdos são disponibilizados ao longo de um período (que pode ocupar parcial, totalmente ou mesmo ultrapassar uma sazão, ciclo de 12 meses que é referência da programação de Cine Inês).
E topologicamente porque os conteúdos são disponibilizados nos paços de Cine Inês segundo as características dos ambientes e, dentro desses, das especificidades dos recintos.
Obs. O uso do prefixo INEX em vários termos deve-se à conjugação de elementos INternos e EXternos presentes nos conteúdos inexibidos, ou seja, a combinação de ficção e realidade, de arte e vida.
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