Um ano após a morte de Jorge Peixinho (1940-1995), a comunidade musical portuguesa vai promover uma publicação em homenagem ao compositor e pianista luso. Gilberto Mendes me conta e sugere que eu escreva algo, para eventual submissão ao projeto editorial.
Mais do que por uma possível participação nessa edição, o convite me motiva a uma reflexão sobre dois artistas artistas portugueses cujas obras me atraem: o músico Jorge Peixinho e o poeta E. M. de Melo e Castro.
Nesse propósito, junto uma composição de Peixinho e um poema de Melo e Castro, criações com que tive aproximação mais significativa, para escrever Estudo I (Silêncios), uma junção/justaposição de Memoire d´Un Presence Absence (Memória de uma Presença Ausente), de Peixinho, e Descontinuidades, de Melo e Castro. Ao piano da composição original, acrescento vozes corais.
Para conservar com a devida intensidade as referências do meu envolvimento, principalmente com a peça de Peixinho, e em consonância com a ideia de uma "presença ausente", meu intento é de que Estudo I (Silêncios) seja direcionada para um suporte de registro prévio, ou seja, uma peça gravada. Uma mixagem das intervenções corais à gravação doméstica, rudimentar, que fiz da peça de Peixinho, interpretada pelo próprio compositor, em Santos, no ano de 1970.
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