Em 1997, o governo do município de São Vicente, recentemente eleito, decide redimensionar um evento cultural que já vinha sendo realizado há muitos anos: uma encenação teatral da fundação da primeira vila estabelecida no Brasil pela coroa portuguesa, o que fundamenta a referência à cidade como cellula mater da nacionalidade brasileira.
Até então desenvolvido com um suporte básico da prefeitura, o espetáculo ganhou, na edição de 1998, grandiosidade na estrutura e num elenco muito mais numeroso, e alta visibilidade pela participação de atores famosos, como Alexandre Borges, Júlia Lemmertz, Nuno Leal Maia e outros.
O convite de última hora para responder pela direção musical, a despeito de não haver tempo hábil para a composição de uma trilha própria, coincidiu com certa predisposição ao engajamento num projeto dessa natureza, no sentido de que apresentava pontos de convergência em relação a reflexões e iniciativas propostas há alguns anos, sobre a relevância cultural e turística da região.
O que resultou na escrita de um artigo sobre a importância do evento, publicado no jornal A Tribuna de Santos em 03/02/1998. E, mais para a frente, na participação em mais duas edições consecutivas, na década seguinte. Ainda que as expectativas suscitadas se deparassem com um quadro geral frustrante, pelo menos no horizonte de uma mirada pessoal, a experiência valeu como ponte para outras criações e interesses artísticos.
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