Dos tempos em que a memória ficou marcada por alguns temas de filmes, com histórias ambientadas no Oriente Próximo, uma canção decalcada de motivos melódicos e climas harmônicos dessa região é sobreposta a um tema de Victor Young, e transposta para outras paragens poéticas, de Olavo Bilac aos irmãos Campos, Augusto e Haroldo.
Os temas, musical e literário, remetem a um dos primeiros exercícios do Álbum das Fontes da Juventude, A Estrela do Amor, melódica e harmonicamente sugeridos pela Canção de Dalila (Song for Delilah), do filme Sansão e Dalila (Samson and Delilah). A letra dessa remota canção, acrescida não de imediato, foi suscitada pelo título de outra canção (The Wishing Star), do filme Taras Bulba.
ORA (DIREIS), OUVIR ESTRELAS!
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas".
CAMPO DE ESTRELAS
Ouvir estrelas, ora, ouvir
Estrelas, ora, direis,
Eis que direis
A ver estrelas, ora, direis
Estrelas, ora, a ver,
Eis que direis.
Há de haver estrelas, direi
A ouvir, ou ver, ou viver
Direi estrelas a ouviver
Estrelas a ouviver,
Hei de dizer
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